O que fazer quando as crianças não querem se separar dos pais?
A chamada “ansiedade de separação” é o que as crianças sentem quando percebem que estão afastadas dos pais, mesmo que seja por pouco tempo, e não aceitam essa nova condição. Esse comportamento é mais forte nos pequeninos menores de dois anos, mas precisa ser bem trabalhado e explicado durante toda a infância, para que não se torne um problema mais sério de ansiedade no futuro.
Desde os primeiros meses, o bebê começa a entender que a mãe é um ser independente dele, e a ideia de ficar longe dela é assustadora; ele tem medo que ela não volte mais depois de se afastar, afinal, ele precisa da mãe para tudo. A ansiedade só diminui quando a criança compreende que a mãe sai, mas sempre volta, e que a despedida não é definitiva. Porém, até chegar nesse entendimento, é preciso manter a calma e ter paciência, além de aplicar algumas estratégias, de acordo com cada fase da criança, para lidar com essa ansiedade. Confira algumas sugestões:
De 4 meses a 1 ano
·Não deixe o bebê com pessoas que sejam estranhas para ele; ele deve confiar e gostar das pessoas que estiverem cuidando dele, assim, se sentirá mais seguro.
·Quando a criança começar a engatinhar, fique um pouco afastado, observando, e deixe que ela vá e volte sozinha de algum cômodo seguro. O processo de separação é mais fácil quando é iniciado por ela.
·Brinque de esconde-esconde, saindo do campo visual da criança ou cobrindo o rosto e logo depois reaparecendo. Isso ajuda o bebê a lidar, por meio de um jogo, com suas ansiedades e aceitar melhor a ideia de separação.
Entre 1 e 2 anos
·Nessa fase, você já pode conversar, explicando calmamente que precisa sair e que depois vai voltar.
·Nunca saia sem avisar e se despedir, afinal, será assustador se você simplesmente desaparecer, né?
·Trate a despedida como algo normal e transmita esse sentimento para o pequeno.
Depois dos 2 anos
·Se, depois dessa fase, seu filho ainda apresentar sinais da ansiedade de separação, comece, por exemplo, ficando 15 minutos afastado, e aumente o tempo aos poucos.
·Caso ele não aceite ser deixado na escola, por exemplo, permita que ele leve o brinquedo favorito ou o bichinho de pelúcia; isso deve ajudar o pequeno a se sentir mais seguro e confiante.
·Ajude a criança a pensar em coisas legais que pode fazer durante esse tempo de ausência, sejam atividades divertidas, passeios cheios de surpresas com os dindos ou brincadeiras com os amiguinhos da escola.
Com o tempo, essa ansiedade pela separação diminui naturalmente. Caso você perceba que a criança ainda age com apreensão, agressividade ou muito medo, a recomendação é procurar um especialista em psicologia infantil. O tratamento adequado vai ensinar e ajudar a criança a lidar com suas emoções, trazendo benefícios para ela e para a família.
A ansiedade de separação faz parte do desenvolvimento das crianças pequenas e é perfeitamente normal, mesmo em lares com pais amorosos e participativos, afinal, a insegurança é a mesma quando os pais se afastam. O importante é saber que cada criança tem seu tempo para aprender a lidar com esse sentimento, e o grande papel dos pais é demonstrar apoio e confiança na capacidade dos seus filhos.
